A administração de recursos humanos tem sido o foco de grandes empresas no mundo todo. Fala-se muito em políticas de RH, que visam beneficiar os colaboradores de uma determinada organização, e estabelecem-se parâmetros de valor cada vez mais diversificados. Entretanto, parece que este ainda não é o foco quando se fala do mercado fitness.
Preocupam-se, nesse setor, em agradar o cliente e de tudo fazem para captá-los e fidelizá-los, mas… e o cliente interno? Como sua empresa está tratando aqueles que são a mola mestra de seu negócio? Sim, porque sem eles, de que adiantam os clientes: quem os orientará? Quem prescreverá os exercícios?
Quando não houver mais equipamentos para a prática de atividades físicas, ainda haverá um profissional de Educação Física orientando essa prática.
Seria interessante fazer uma reflexão sobre o maior patrimônio de sua empresa – seu capital humano: seus colaboradores trabalham plenamente satisfeitos? Estão desenvolvidos na plenitude de suas capacidades e potencialidades humanas? Você pode estar dizendo que sua empresa é a melhor para se trabalhar, que você adota políticas que beneficiam seus colaboradores etc. O raciocínio deve ser o mesmo usado para trabalhar seus clientes externos: como seus colaboradores estão percebendo essas políticas que sua empresa adota? Eles dão valor a elas?
Pergunte a eles o que poderia ser feito para valorizar mais o seu trabalho profissional e você irá verificar uma diversidade de respostas, onde, provavelmente, valores materiais serão os menos citados.
Por isso, propõe-se uma política de RH que possa ir além de benefícios materiais e que valorizem o profissional em toda a sua plenitude humana. Treinar e desenvolver o ser humano de forma holística, de modo que, tornando-se uma pessoa melhor, possa ser um profissional melhor.
Empresas de qualidade prestam serviços de qualidade apenas se tiverem pessoas de qualidade.
Pode-se perceber a necessidade de se desenvolver, em seus colaboradores, outras competências além das competências técnicas, que permitirão desenvolver equipes de profissionais que, por suas novas características pessoais, estarão orientadas para uma política “natural” de atendimento ao cliente, sem atitudes e frases de efeito “prontas” que deixam transparecer uma certa artificialidade quando se trata desse assunto.
Além das competências técnicas, pressuposto básico para o exercício profissional em empresas fitness, e das competências de gestão, que se referem à própria administração e organização do trabalho, seja individual ou coletivamente, outras competências são necessárias para se ter um profissional completo: são as competências que abrangem o relacionamento social e a espiritualidade do ser humano.
Não é possível ensinar essas competências, porém, é perfeitamente possível desenvolvê-las em cada um e, assim, estimular uma melhor convivência entre as pessoas, o que refletirá, indubitavelmente, na relação profissional-cliente. Saber ouvir, ser cordial, ter consciência ambiental, política e de responsabilidade social são qualidades que estão faltando em nós, seres humanos, e que contribuem para criar um hiato nas relações humanas. Ora, se lidamos com pessoas em nosso dia-a-dia profissional, faz-se inadmissível essa distância; urge que ela seja encurtada por estar diretamente relacionada à preservação da espécie, já que nenhum ser humano é capaz de viver sozinho, conforme o pensamento aristotélico cunhado há mais de 2000 anos.
O desenvolvimento dessa potencialidade humana em seus colaboradores internos será, então, fator de sucesso e geração de lucros para sua empresa uma vez que eles são a própria mola mestra de seu negócio.