Vivemos em um país que ainda nos impõe uma elevada carga tributária. Quem possui um empreendimento em andamento no Brasil reclama acintosamente da elevada carga tributária a que está sujeito; investidores estrangeiros ainda têm medo de aqui investir.
Voltemos nosso foco para as empresas fitness, especificamente as academias de ginástica, empreendimento mais comum nessa área.
ISS, ICMS, … e os empresários ou vão “tocando” o barco ou fecham as portas, incapazes que se acham de arcar com tantos impostos.
Ora, analisemos bastante superficialmente como se processa um fluxo de caixa em uma empresa qualquer: todo o dinheiro utilizado na compra de materiais, pagamento de funcionários e contas em geral constitui as despesas; o dinheiro advindo da venda de produtos e serviços ao cliente final, aluguéis e outras fontes de entrada de capital constitui as receitas.
Para se ter lucro, duas ações podem ser tomadas: reduzir as despesas ou aumentar as receitas. O que a maioria dos empresários, entretanto, procura fazer é reduzir custos como forma de aumentar o lucro. Entretanto, por vezes o fazem em áreas delicadas como salários de funcionários, manutenção de equipamentos, deixando de investir no negócio, demitindo pessoas … Esse tipo de atitude muitas vezes pode levar a conseqüências catastróficas e irreversíveis para o seu negócio.
Vamos, então, ao xis da questão: se o fluxo de caixa depende da diminuição de despesas e aumento de receitas e cortar custos pode por vezes ser perigoso, por que não simplesmente aumentar as receitas?
O aumento de receitas (entrada de capital) pode ser gerado captando-se novos clientes, retendo clientes antigos, criando-se novas fontes de receita (as chamadas receitas secundárias, como por exemplo, cantina, boutique etc.) e até mesmo agregando valor ao seu produto.
Agora você deve estar se perguntando como fazer isso já que a concorrência é grande, não se tem dinheiro para investir…
Menos de 2% da população brasileira pratica atividades físicas sistematizadas, aquelas que são praticadas em uma academia ou clube sob a supervisão de um profissional habilitado. A maior parte dessa população é formada de pessoas saudáveis. Onde estão os outroa 98%? Onde estão os hipertensos, cardiopatas, diabéticos, obesos, dentre tantos outros grupos que podem se beneficiar da atividade física sistematizada como coadjuvante o tratamento de suas patologias?
Ora, se todos os seus concorrentes se engalfinham disputando o mesmo público-alvo, por que entrar nessa briga? Mude o seu target. O modelo mental predominante nesse meio é o de que clientes de empresas fitness têm que ser formado por pessoas saudáveis. É chegado o momento de se quebrar esse paradigma.
Por que não partir em busca de um público que se encontra carente de cuidados especializados na área da saúde – aqueles que já estão doentes?!?!?! Estranho? Mas você pode preveni-los de agravar seus quadros patológicos através da prática de exercícios físicos. E por que não na TUA academia?
Estimativas do IBGE (2005) mostram que 30% da população têm algum tipo de doença crônica – diabetes, hipertensão, reumatismo, lombalgias, dentre várias outras. Quase 20% dos entrevistados relataram ter mais de três doenças crônicas. Esse percentual perfaz um total de mais de 1.000.000 de pessoas só na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, esperando por cuidados com sua saúde. Quantas dessas pessoas você acha que têm condições de freqüentar o seu estabelecimento?…
Esse público praticamente inexplorado pode ajudá-lo a crescer cada vez mais… Planeje-se. Prepare seus colaboradores. Monte programas especiais para cada tipo de população especial. Lamentar-se não vai se traduzir em lucros. O trabalho, sim. Arregace as mangas e comece já.